Moradores convivem com esgoto a céu aberto em residencial em Maceió

Eles denunciam que condomínio do PAR não possui esgotamento sanitário. Caixa reconhece problema e diz que obra está em fase de licitação.

Esgoto corre a céu aberto dentro de condominio no Jacintinho Foto: Michelle Farias

O sonho de morar na casa própria se transformou em um verdadeiro pesadelo para os moradores do residencial Bella Vista, localizado no bairro do Jacintinho, em Maceió. Os apartamentos do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) foram entregues há 14 anos, mas há cerca de quatro, os moradores convivem com o esgoto escorrendo bem no meio do condomínio.

Além de conviver com o mau cheiro dentro do condomínio, quem mora no residencial diz que toda a lama da fossa se infiltra em uma barreira durante todo o dia, sem interrupção, e que ela pode cair a qualquer momento.

“O que é perigoso é que toda essa água suja vai direto para a barreira. Não há casas embaixo, mas passam pessoas e carros o tempo todo. É muito perigoso porque está infiltrando e ela pode cair a qualquer momento”, diz o morador Wellington Leite Souza.

Souza mora em frente ao local onde escorre o esgoto e afirma que é difícil até fazer as refeições tranquilamente em casa com a família, por causa do cheiro forte. Ele diz ainda que precisa fechar as janelas de casa para conseguir comer.

“Moro no prédio em frente e todos os dias convivo com esse mau cheiro. Não consigo fazer nenhuma refeição com a janela aberta porque não tem condições de comer sentido esse mau cheiro todo. Minha filha tem sete anos e há três sofre com uma alergia que nenhum médico conseguiu descobrir o que é. Não tenho dúvida que é por causa desse mau cheiro aí”, afirma.
Moradores dizem que problema existe há mais de três anos (Foto: Michelle Farias/G1)

O morador diz que já entrou em contato com a Caixa Econômica Federal, responsável pelo condomínio, e foi informado de que o processo para a construção do esgoto está em licitação e que uma construtora precisa fazer instalação. Ainda segundo ele, há uma ação no Ministério Público Federal (MPF), onde já foi deferida a sentença contra a Caixa para que ela faça a obra de esgotamento sanitário no local.

Em nota, a Caixa Econômica Federal disse que o projeto de readequação do sistema de esgoto foi encaminhado à Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), em julho de 2013, para análise. Em abril deste ano, a concessionária disponibilizou o projeto aprovado e que a licitação para a execução da obra começou em setembro.

Disse ainda que a obra tem previsão de ser concluída em até 90 dias, após a efetiva contratação da empresa para fazer o serviço. A Caixa diz que, sempre que necessário, uma empresa realiza a limpeza da fossa para evitar novos vazamentos até que a solução definitiva seja tomada.

O problema é que até a solução definitiva, os moradores acumulam queixas. “Moro no prédio fica atrás e não dá para sentir o cheiro dessa lama. Mas é muito ruim conviver com isso, com essa lama toda escorrendo dentro do condomínio que você mora e ninguém resolve nada”, lamenta James Vinícius.

Ele diz que a Caixa sempre manda técnicos sugar o esgoto, mas que isso não resolve o problema. “Sempre vem gente para limpar isso aí, mas não resolve. Antes passava uns três dias, mas agora, assim que eles saem, a água começa a sair de novo”, diz Vinícius.
Moradores temem que barreira desabe (Foto: Michelle Farias/G1)

Risco na barreira
A Defesa Civil disse que há cerca de três anos realizou o serviço de drenagem na galeria e que foi feito o serviço para impedir que o esgoto ficasse empossando na barreira.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) disse que esteve essa semana no condomínio para avaliar a reclamação dos moradores. Disse que há no local o problema de esgotamento e que isso é de responsabilidade da Caixa Econômica Federal e da construtura responsável pela obra do residencial.

Ainda segundo a Seminfra, a Caixa pediu para que o esgoto fosse ligado na galeria pluvial, o que foi rejeitado pelo Município. Por isso, o problema só deve ser resolvido quando as obras do esgotamento sanitário do bairro da Pajuçara for concluído. Enquanto isso, para amenizar o problema, a Caixa deve continuar com esgotando a fossa.

Sobre o medo dos moradores acerca da barreira, a Seminfra disse que não há risco de desabamento porque ela está estabilizada há mais de 30 anos.
Moradores colocaram madeiras para evitar que alguém pise ou caia no esgoto (Foto: Michelle Farias/G1)

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